Adeus, Lênin! - e o Muro de Berlim veio abaixo

Antes de iniciar o texto desta semana, quero agradecer ao amigo Rodrigo Mendes, do blog "Cinema Rodrigo", por mais um selo recebido. O cinecabeça fica muito feliz e brevemente irá postar para vocês o endereço de alguns blogs ótimos que valem a pena serem conhecidos e divulgados.
No dia 09 de novembro de 1989, o mundo viu cair por terra o símbolo de uma era que havia entrado em decadência. O "Muro de Berlim", um dos grandes representantes do período histórico, chamado: "Guerra fria", construído em 1961 para separar a Alemanha Ocidental (capitalista) da Alemanha Oriental (socialista) foi derrubado, após um período conturbado de vida.
E eu, uma saudosista de carteirinha, não poderia deixar passar em branco esta data. Ainda mais que vivenciei estas mudanças pessoalmente. Embora, fosse uma fedelha, tinha 13 anos, lembro claramente dos noticiários e de todos os comentários sobre este grande acontecimento, principalmente de meu pai e minha mãe conversando em frente a TV sobre este fato. Foi um dos marcos de minha adolescência. E hoje, passados vinte anos, percebo como os tempos mudaram e como a vida era diferente.
E o cinema, como sempre, retratou este período em alguns filmes maravilhosos. Temos películas preciosissímas que narram toda a trajetória histórica desta época, reconstituindo-a em detalhes, abordando todos os fatores e consequências que ocasionaram a queda do comunismo e o crescimento do capitalismo no mundo.
Um dos filmes que reproduzem esta era com perfeição é "Adeus, Lênin!". Espetacular!!!!! Um dos meus filmes prediletos. Tudo é muito bem feito nele. A história, os personagens, o desenvolvimento da trama (muito criativa), a direção, a crítica ao sistema político e o contexto em que foi feito são perfeitos.
Realizado em 2003 na Alemanha, a história conta a luta de um filho para poupar sua mãe (que sofreu um ataque cardíaco) e estava em coma de descobrir as mudanças que aconteceram em seu país. Socialista convicta e fiel as idéias do comunismo, era inconcebível para ela que tudo aquilo em que acreditava tivesse acabado. Portanto, seguindo recomendações médicas, pois ela poderia sofrer um 2ª infarto, seu filho tem a "mirabolane idéia" de criar um mundo paralelo, ou seja, manter vivo o país que ela conhecia antes de adoecer. A partir daí, assistimos a luta de um filho para preservar aquela que tanto ama.
Vídeos falsos com notícias de TV são produzidos falando sobre o socialismo, potes com produtos antigos que não estão mais a venda são procurados, sua casa é redecorada para esconder os traços dos novos tempos, enfim, temos momentos extremamentes divertidos e comoventes em cada situação criada pelo jovem rapaz. Belo e emocionante. Além disso, percebemos todas as mudanças históricas ocorridas na Alemanha que vieram a modificar todo um contexto político e social.
No final, já debilitada e com pouco tempo de vida, sua mãe faz uma grande revelação que irá modificar a vida de seus filhos. Seu pai ao qual pensavam que os havia abandonado, na verdade não fez isso. Segredo que sua mãe escondeu por anos. Portanto, um último desejo, o de rever o marido, faz com que toda a verdade venha a tona. Segredos de família guardados a sete chaves e revelados no fim de sua vida.
E os atores principais trabalham divinamente bem. Confesso que não conheço a atriz que interpreta a mãe. Já o rapaz que faz o papel do filho, se não estou enganada e não me falha a memória é o mesmo que atuou em "Bastardos inglórios", fazendo o papel do soldado Zoller. O rapaz mostra um talento enorme, tanto no primeiro como no segundo filme.
Fabuloso! Um filme que qualquer amante da sétima arte deve assistir, pois trata de questões familiares, sentimentos verdadeiros e utiliza como pano de fundo mudanças históricas que marcaram o século 20.

12 comentários:

Thiago Paulo disse...

Eu também ja´assisti Adeus, Lênin!... E como você, também adoro. Pra quem não presenciou isso na época, esses filmes são muito importantes, uma grande aula.


Bjs...

Marcelo A. disse...

"Adeus, Lênin" foi o filme sensação do Festival do Rio em 2004. Adoro!

Também existe um filme, da década de 60, que conta a história de um funcionário da Coca-Cola, cuja filha se apaixona por um rapaz socialista da Alemanha Oriental. Não me recordo no momento, mas é legal! Claro que não é um filme no estilo de "Adeus, Lênin", mas é engraçado ver a visão (americana), naquele momento.

Bela resenha!

Beijão!

Hugo disse...

Este longa é ótima, conta com bom humor e um pouco de tristeza aquele período de mudanças. Se você gosta do tema, procura assistir o ótimo "A Vida dos Outros", que mostra como um escritor foi vigiado pela polícia secreta da Alemanha Oriental e como era a vida naquele país com o comunismo.

Abraço

Hugo disse...

Cintia,

Valeu pela visita ao meu blog, passe por lá sempre que quiser.
Sobre a atriz Stephanie Powers, acredito que está minissérie que você perguntou se chamava "Estranhas Irmãs", porém eu não acompanhei na época para saber de mais detalhes.

Até mais

Amanda Aouad disse...

Ah, aí, a gente teve a mesma idéia, hehe. Gosto muito do filme e concordo com você, essa data marcou quem vivenciou-a. Lembro bem (tb uma fedelha) de acompanhar os noticiários. A queda do muro de Berlim, o fim da União Soviética, enfim, o fim do sonho comunista.

bones disse...

não vi este.
ficará anotado na secção de : para ver.
um site amigo pra você novata na tv a cabo
http://www.tvmagazine.com.br/conteudo/guiasuper.asp?consulta=NET

escolha sua operadora.
obrigada pela visita,
abraços.

Marcio Melo disse...

Esse filme é lindo demais, e divertido também :)

Coloquei seu link la no blog, alias ja deveria ter feito isso antes.

[]´s

Pedro Tavares disse...

Gosto bastante do filme.

Parabéns pelo blog.

Pedro Tavares - http://www.cinemaorama.com

Reinaldo Glioche disse...

Oi Cintia, tudo bem?

Já te disse que adoro o jeito como vc relaciona o cinema a sua vida. Aos eventos, acontecimentos e episódios da sua vida. Uma forma muito bonita e intrigante de ver o cinema. Já disse, né? Não tem problema, repetirei sempre que achar necessário lhe fazer essa deferência.
Bem, vc foi muito feliz em comentar esse filme no calor das celebrações pelos 20 anos da queda do muro de Berlin. Confesso não ter gostado tanto desse filme assim. Na minha opinião ele perde na comparação natural que se impõe como A vida é bela do Roberto Benigni, com o qual guarda grandes semelhanças. Mas concordo que o elenco está um charme.
Ah, e é sim o daniel Brühl o protagonista de Adeus Lênin. Vc vê como são as coisas. ele está muito bem em Bastardos inglórios, que é um filme muito melhor, mas é em Adeus Lênin que ele teve( até agora) o seu grande momento como ator.
Bjs

Jaime Guimarães disse...

Oi, Cíntia!

Sabe o que eu acho mais interessante? É que estamos vivenciando a história de modo totalmente diferente. Tomemos como exemplo a Queda do Muro de Berlim. Todo o mundo acompanhou pela TV e já foram feitos filmes sobre isso. Um acontecimento um tanto recente mas que foi "transmitido ao vivo", em tempo real.

Quantos fatos históricos passaram pelo mundo sem que ninguém ou pouquíssimos tomassem conhecimento? Um evento com a Revolução Francesa demorou um bom tempo para ser "descoberto" pelo mundo e ainda assim de forma muito restrita. E com informações diversas e distorcidas, muitas vezes.

Eu creio que, neste ponto, somos privilegiados. Estamos acompanhando a história "ao vivo".

Um beijo! Demorei, pra variar, mas cheguei!

it was RED - Para quem gosta de cinema disse...

É a primeira vez que passo aqui. Teu excelente texto me fez seguir seu blog, logo, passarei a freqüentá-lo.

Sobre "Adeus, Lênin!", já assisti à película e acho o argumento dela mais interessante do que o desenvolvimento desse. No entanto, é indiscutível a qualidade da obra.

Abraço!

Ricardo Nespoli disse...

É um filme sensacional mesmo... O cinema alemão produziu sucessos muito dos bem feitos no início do século...

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