Uma pausa nos assuntos natalinos para fazer um desabafo. Recentemente fui a Alerj assistir a uma votação. No dia em que fui, a sessão estava marcada para começar às 15:30. Plenária lotada. Varias outras pessoas e algumas entidades estavam ali para assistir as votações. Ai começou meu suplício. Deu 15:30 e nada de começar. 16 horas e nada. 16:30 e nada. Na verdade a sessão começou por volta de 17:00. E eu esperando pacientemente. Iniciada a sessão, poucos deputados, péssimo som, a acústica de lá é muito ruim, abafada, você não consegue entender nada. Por mais que tentasse não conseguía escutar o que os deputados falavam e quais os projetos em pauta. Além disso, uma total falta de respeito para com o cidadão ali presente. A maioria deles, estava de bate papo e não vi nenhum prestar atenção em quem falava ou ao assunto em votação. Enfim, senti uma vergonha de estar ali presenciando aquilo. Um sentimento de dor e tristeza por ver como se faz política em nosso país. Prova disso são os escandâlos que vem a tona diariamente, nos jornais e revistas, envolvendo políticos, empresários e congressistas. Todos mancomunados em esquemas ilícitos, onde o dinheiro rola fácil sem a devida fiscalização. Ninguém esquenta a cabeça ou tem medo do que faz, pois sabem que não serão punidos. Tenho um filho que vai completar 3 anos agora em janeiro. Uma criança ainda que tem um futuro pelo frente. No entanto, tenho me questionado muito: "Que futuro ele vai encontrar?"; "O que ele vai vivenciar?"; "Quais as perspectivas para ele?"; "O que o Brasil vai lhe oferecer de bom?". Não vejo soluções a pequeno, médio e longo prazo para isto e confesso a vocês: "tenho um grande medo do país em que meu filho está e vai viver". Infelizmente, na maioria das vezes tenho uma "grande vergonha da classe política de meu país". Bem, para não sair do foco e da proposta do blog que é falar de cinema, vou citar alguns filmes que tratam dessa temática: política. 1) Frost/Nixon;
2) Bens confiscados;
3) O último rei da Escócia;
4) Z;
5) Desaparecidos um grande mistério;
6) Nixon;
7) Todos os homens do presidente;
8) A culpa é do Fidel;
9) Intrigas de estado. Me perdõem se hoje mudei de assunto. Não resisti. Precisava botar para fora a decepção que senti ao ver tudo aquilo.
6 comentários:
Cíntia, a mesma decepção eu sinto (puxando a brasa pra nossa sardinha que é a educação) quando vejo o comportamento de muitos (e muitos mesmo) colegas professores nas semanas pedagógicas, reuniões de conselho e assembleias de sindicatos. Um horror: são colegas que exigem "atenção e silêncio" na sala de aula, mas são incapazes de seguirem uma postura digna de educadores quando se reúnem.
Com os políticos é mais ou menos a mesma coisa: pregam a moralidade, a ética e aquele blá-blá-blá todo, mas são incapazes de manter uma postura ética e honesta.
Pessoas assim são desonestas consigo mesmas. E, pior, não dá para confiar muito nas palavras desses que agem sob o lema "faça o que eu digo mas não faça o que eu faço" - lema, aliás, colocado muito em prática nesta sociedade repleta de 'espertos' e 'vivaldinos'. Se está difícil para nós, adultos e alguns "macacos-velhos", imagine para as novas gerações, como deverão transitar nesse meio?
Felizmente ainda existem os que mantém certas posturas. Já esses políticos, todos eles, colocam em risco a democracia agindo desse modo. A censura está aí, disfarçada e os saudosos e conservadores prontinhos para tecer loas à redentora. Temo muito pelo futuro deste país que vai emburrecendo e se tornando menos ético a cada ano.
Desculpe o desabafo também, Cíntia.
bj!
É um absurdo, o desrespeito impera...em diversos âmbitos...que seu filho vivencie um mundo mais tranquilo e prazeroso, quando crescer.
Destes citados, conheço Todos os homens do presidente, Frost/Nixon e O último rei da Escócia...
Beijo!
E sabe o que pior? A única saída que vejo é no aeroporto
Oi querida!
Comungo plenamente com vc neste desabafo e fico muito triste ao me deparar com esta realidade. Concordo também com "qual será o futuro das nossas crianças?". Faço um trabalho nas escolas, com os educadores, para conscientizá-los da importância do seu comportamento, como exemplo, para os alunos. "Não se ensina o que se sabe, só se ensina o que se é". E a maioria deles não tem consciência "de quem é e o que faz". Há alguns meses assisti "Ao mestre com carinho" e fiquei até meio chocada, pq apesar de ser um filme antigo, o tema é super atual. Este filme, naquela época já foi feito como um alerta e de lá pra cá tudo piorou.
O que não me parece ser o seu caso. Adorei o seu comentário sobre o meu texto. Principalmente vc ter declarado que se identificou com o tema, ter feito terapia e dado a volta por cima. É muito difícil as pessoas assumirem a própria postura. Por isso, foi muito importante pra mim ter o seu depoimento.
Passa lá no meu cantinho, que tem um selo pra vc lá (está logo abaixo do meu perfil). Ficarei muito contente e muito orgulhosa se vc aceitar. Eu te acho uma pessoa fantástica!
Bjussss
Não tem nem que pedir perdão Cintia. Desabafos como esses são muito importantes. Realmente o que a gnt vê no nosso país é lamentável. Li uma matéria no Financial Times sobre o Brasil, na ocasião da escolha do Rio como sede olimpica, que tratava justamente disso. Existe corrupção em todo o lugar, e raramente os envolvidos são punidos, no entanto no brasil não há disposição para combater essa prática. A vida pública está toda tomada. É um caso muito complicado e que demanda horas de papos sociológicos que podem ser abreviados com a bela lista de filmes que vc indicou. All the king´´s men (A grande ilusão) tb é um bom filme nesse sentido. Versa sobre os perigos do populismo. Para quem mora em um país de Lulas e garotinhos...
Bjs
Fala Cíntia!
Acho que apesar do assunto do seu blog não ser esse, você se saiu muito bem falando de política. Expressou uma indignação que, eu acredito, é de muita gente que sabe do que está rolando em Brasília. Sua descrição, por ser real e imediata, apenas destaca ainda mais as péssimas impressões que nossos representantes tem causado. O que resta é esperar que os eleitores percebam (e consertem) isso.
De qualquer forma, os filmes que você citou parecem ser muito bons. Assisti a "Frost/Nixon", e é mesmo um daqueles filmes chocantes, um drama de ponta, cheio de atores perfeitos e uma direção super-equilibrada. Isso sem falar que o roteiro, os diálogos, são provavelmente os melhores em Hollywood desde... bom, desde muito tempo.
"Intrigas de Estado" é aquele com o Russell Crowe e o Ben Affleck? Se for, também é muito bom, embora não tenha me causado uma impressão tão forte quanto o filme de Ron Howard. Achei a trama muito bem bolada, cheia de seus truques para enganar o espectador, algo que apenas realça a super-surpresa no final. Claro, Crowe estava brilhante como sempre.
Enfim... Abraço Cíntia!
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