Não resisti, 500 dias com ela me conquistou!

Sexta-feira, dia 20 de novembro, feríado aqui no RJ, em virtude do dia da "Consciência negra". Dia de sol, temperatura beirando os 40 graus, um calor infernal. A noite fui ao cinema com meu amigo Marcelo, do blog "Diz que fui por ai", assistir a "500 dias com ela". Há muito tempo queria ver este filme, pois li diversas resenhas sobre ele e críticas também, elogiando a qualidade do roteiro. Valeu a pena. Todos acertaram.

Não resisti ao filme, e decidi falar sobre ele, pois me identifiquei demais com o personagem principal, chamado Tom e super bem interpretado pelo Joseph Gordon Levitt (10 coisas que odeio em você). Ao contrário dos filmes românticos que vemos por ai, o sonhador que acredita no encontro de almas gêmeas é interpretado por um homem. E o realista que não acredita no amor e só quer curtir o momento, sem grandes perspectivas, é interpretada por uma mulher, a personagem Summer, da bela Zooey Deschanel (Fim dos tempos e Sim, senhor).

Desde novinha, sempre acreditei (na verdade me fizeram acreditar) que um dia encontraria o "grande amor de minha vida", aquele homem perfeito, sem defeitos, trabalhador, bom caráter, lindo, que acima de tudo iria me amar pela vida inteira. Me aceitaria do jeito que sou, com meus horríveis defeitos e minha chatice. Ai, que mentira! Até um tempinho átras, acreditei de corpo e alma nessa falácia. Com o amadurecimento e algumas experiências pessoais, percebi que isto não existe. É uma ilusão que colocam em nossa cabeça. Até entendo porque nos passam essa idéia. No fundo, no fundo, nossos pais querem nos preservar de dores e frustações. E toda mãe, sonha em ver sua filha feliz, ao lado de um bom homem. Minha mãe sonhava com isso e me educou para isso. Infelizmente, esta visão "romanceada" da vida me fez perder algumas oportunidades e ajudou a criar em minha cabeça, uma falsa verdade sobre o amor.

O filme tenta desmitificar está idéia. E o roteiro é muito bem escrito e as idéias bem elaboradas. A direção ficou a cargo do estreante Marc Webb.

Na trama, Tom é um jovem rapaz que trabalha como desenhista de cartões em uma empresa. Formado em arquitetura, este não é o trabalho com a qual ele sonhou. Lá, ele conhece a jovem Summer, assistente de seu chefe. De cara, ele encanta-se com o ar leve e tranquilo dela. A partir desse dia, o primeiro de 500, contados de forma aleatória, o diretor opta por não dar uma sequência cronológica, vemos as aventuras e desilusão deste jovem. O início, encantador e mágico, o meio, gostoso e alegre e o final triste e sofrido. Summer, não nutre o mesmo sentimento que Tom demonstra ter por ela e isso faz com que num determinado dia, por volta do 185, as inevitáveis crises comecem. Sofrimento, angústia e dúvidas, levam nosso personagem a tentar entender o porque dela não sentir o mesmo por ele.

No fim, após dias de depressão, amargura, bebedeiras e desilusões, Tom toma uma decisão, resolver pedir demissão de seu emprego e busca uma oportunidade dentro de sua área, a arquitetura. E já conformado, num dia, por acaso, encontra Summer, casada. Uma conversa amigável e sincera, mostra a Tom que a vida não é objetiva e linear da forma como ele acreditava e que as vezes o que parece ser o certo para um não o é para o outro. Summer, gostou de Tom, do jeito dela. No entanto, ainda não era ele o homem pelo qual ela se apaixonaria. Somente, depois de conhecê-lo e de aprender algumas coisas com ele, ela finalmente encontrou o "seu amor". Uma surpresa. E Tom, mais amaduro, enfim, consegue compreender que o amor pode ter várias nuances e acontece de uma forma imprevisível, ocasional, sem esperarmos. Vide a cena final, em que ele fala que "o amor não é algo cósmico e sim um sentimento terreno e humano". Define de forma perfeita, este sentimento. E quem sabe agora, ele não encontre um amor.

Uma das melhores sequências, mostra Tom, depois da primeira noite com Summer, indo trabalhar, com um sorriso de alegria e felicidade nos lábios. Uma bela música, com direito a coreografia e passarinho azul, marcam a cena. Engraçadíssima. A trilha sonora é ótima. The Smiths, Doves e Patrick Swayze marcam presença.
Enfim, uma comédia nada romântica que não deixa de ter sua pitadinha de romance.

19 comentários:

Amanda Aouad disse...

É, eu continuo romântica e acreditando no amor. Tenho curiosidade para ver esse filme e gostei do que você escreveu sobre ele...
bjs

Caio Coletti disse...

Imagino que seja bem interessante assistir a um filme que quebre essa visão "ingênua" do amor que vemos nas comédias românticas. A dupla principal promete uma química perfeita, ainda que formem um casal bem inusitado, se repararmos no retrospecto da carreira dos dois.

Enfim, sou fã da Zooey. Ela é linda mesmo, como você disse, e acho que nunca vi presença mais leve e doce em tela do que a dela. E o que são aqueles olhos! Grandes, expressivos, brilhantes... (suspiro). Enfim, acho que estou ficando romântico demais rs.

Assim que ver o filme publico minha opinião no Anagrama, certo? Abraços Cíntia!

Marcio Melo disse...

Este filme é simplesmente fantástico e com certeza um dos melhores do ano.

Outra cena muito bacana é aquela quase no fim que divide a tela em dois quadros: um mostra a realidade e outro mostra as expectativas dele. É sensacional.

Marcelo A. disse...

Puxa, minha amiga! Pelo visto o filme não conquistou só a você, mas a mim e um monte de gente! Uahahhahahaaaa!!!!

Falar mais sobre "(500) Dias..." é chover no molhado, já que você mandou super bem aqui. Mas tenho que dizer que foi das coisas mais charmosas e deliciosas que vi no cinema, nos últimos tempos. E o melhor: em ótima companhia! Uahahahhahaaaa!!!!

Beijão!

Anônimo disse...

Não li toda a sua review, pois ainda preciso continuar vendo o filme, mas pelo pouco que vi gostei bastante. Estou te seguindo, aceita uma troca de links? Bjs

Carol disse...

Oi Cintia!
Amei esse post!
Me deu uma baita curiosidade de assistir esse filme!!
Beijos!!

Cristiano Contreiras disse...

Todos os sites e, principalmente, TODOS OS BLOGUEIROS recomendam este filme, muito bem!

puxa, preciso conferi-lo! e já!

bom post este!

ei, não desista do amor! beijo

Reinaldo Glioche disse...

Oi Cintia, tudo bem?

Ótimo texto. Realmente o filme é isso mesmo que vc disse. Sobre aprender a ser menos duros conosco em relação ao amor. Foi o que Tom percebeu e o que o filme passa para a gnt. Li tb a critica do Marcelo. Que legal que vcs foram ver o filme juntos(rsrs).
Bjs!

Thiago Paulo disse...

Olá, nossa, é tão bom quando aparece um filme assim, né?! Como já comentei com você, eu adorei o filme... A trilha sonora está perfeita. Com certeza, quero tere ele aqui em casa, pra ver e rever sempre...rs

Bjs...

Renan Barreto disse...

Cintia, não morri!!! Mil perdões por não ter vindo aqui mais vezes, mas é que to trabalhando e estudando muito. Mal to conseguindo ir lá no Diz... do Marcelo. Fico muito chateado quando não posso visitar com frequência meus amigos. Bem, 500 parece ser um filme muito bom. Todo mundo fala bem dele. Eu quero ver para ver se é isso mesmo. Tá ótima a resenha, bem apaixonada. Eu tô numa fase mais light e romântica da minha vida embora esteja estressado com tantas responsabilidades e prazos. Se bem que ser romântico e ou viver acreditando no amor é pelo menos um consolo pro coração que está cansado de sofrer vendo tragédias....

Bjo!

Valeu!!!

Geisa Machado disse...

Oi Cintia!
Obrigada de coração pela sua visita, seu carinho e a sua cumplicidade. Qdo eu falo sobre este comportamento feminino, as mulheres concordam comigo. Mas vc foi a primeira a concordar e reforçar o que eu digo. Precisamos de mais mulheres falando a respeito.
E este seu blog é sobre filmes? Adoro filmes! Com certeza estou sendo sua seguidora. Sou nova neste mundo da blogosfera e ainda estou meio perdida, por isso demorei pra te responder. Quero olhar com calma os seus blogs e participar.
Um beijo super carinhoso pra vc!

Rodrigo Mendes disse...

Simpático o filme. Seu texto é apaixonante, rs!

Li e adorei seu post sobre a MGM. De fato este estúdio é o mais old de Hollywood, mas ele ja estava quebrado há anos mesmo!

Bjs!

Cleber Eldridge disse...

Cintia, felizmente não foi só você e sim a todos nos cinéfilos! Marc Webb é um grande diretor musical, e soube conduzir perfeitamente!

Cristiano Contreiras disse...

Como estás?
beijão e aparece!

Mateus Souza disse...

Oi, Cíntia, que bom que você gostou desse filme. Infelizmente, uma parte da crítica acredita não ter esse filme nada de inovador (e não tem, woody allen já fazia isso em seu Annie Hall) e que ele é "artificialmente indie", usando de elementos do cinema independente americano para fazer sucesso.

Concordo com o que eles dizem, mas de que isso adianta se nada supera a apaixonante e divertida história de duas visões diferentes sobre o amor?

O filme é ótimo, e é um dos melhores que vi no ano - e vi muitos, hehe.

PS: Ah, obrigado pela dica no meu blog, agradeço aos elogios e às sugestões, o blog estava mesmo abandonado, hehe. Vou tentar! Obrigago!

Vinicius Neves disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vinicius Neves disse...

Oi Cintia! Primeiramente muito obrigado pelo carinho para com o meu humilde blog "A Vingança Sorridente do Jack".
Sobre participar de concursos de poesias, nunca participei, só no colégio é que eu era bem requisitado para escrever textos de formaturas, datas especiais, etc.
Tenho sim vontade de participar. Antigamente não tinha interesse em repassar meus escritos, mas como as pessoas vem demonstrando grande apreço por eles; tenho tido a vontade de mostrar ao mundo cada vez mais.
Estou correndo atrás de documentações, contatos, dentre outras coisas para ver se consigo lançar um livro com os meus melhores textos/poesias no ano que vem. Vai ficar bem legal, a capa já está sendo feita, e o livro está praticamente editado da devida maneira.

Fique a vontade para mostrar para a sua amiga, espero que ela goste. =)

Até mais, e mais uma vez, obrigado.

Pedro Tavares disse...

Unanimidade!

http://www.cinemaorama.com

Anônimo disse...

Ela é a nova musa do cinema americano.Saiu hoje ou ontem no Segundo Caderno. Eu não me lembrava dela em Quase Famosos. Lembro dela em Fail to Launch, tentando ressuscitar um passarinho.

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